Novo boletim da Sesa confirma mais quatro mortes por gripe

A pouco mais de uma semana do fim da campanha de vacinação, Sesa imunizou 70% do público-alvo, mas recomendação é atingir 90%


O novo boletim da gripe divulgado nesta quarta-feira (23) pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) apontou mais quatro mortes por Influenza no Estado: em Curitiba, Colorado (Centro-Norte), Matelândia (Oeste) e Pérola d'Oeste (Sudoeste). Com os casos mais recentes, chega a 14 o número do óbitos pela doença neste ano no Estado. 

A região de Londrina tem dois casos de mortes registrados no ano: um em Londrina e outro, confirmado pelo boletim anterior, divulgado no último dia 16, em Ibiporã. Segundo a Sesa, a vítima de Londrina tinha 55 anos e possuía indicação para a vacina contra Influenza, mas não tinha havia se imunizado. Já em Ibiporã, a vítima tinha 74 anos e diversas comorbidades, mas era uma pessoa vacinada. De acordo com a Sesa, a região de Londrina teve oito casos de Influenza até o momento.

João Luís Crivellaro, chefe do Centro Estadual de Epidemiologia, pontua que algumas regiões têm chamado atenção e preocupado a Sesa. É a situação da 8ª Regional de Saúde, que abrange o sudoeste do Estado. "Tivemos 26 casos de Influenza e três óbitos na região de Francisco Beltrão", expõe. Na Regional de Curitiba, foram 22 casos e uma morte, e, na Regional Foz do Iguaçu, 18 relatos e cinco mortes. João mostra que desses 14 óbitos no Paraná, 13 foram por fatores de risco: pessoas que possuíam comorbidades e tinham recomendação da imunização. "Entre essas 14 mortes, 11 pessoas não tinham tomado a vacina", alerta o especialista.

Para Crivellaro, a vacina é uma das estratégias de proteção contra a gripe. No entanto, ele lembra que "se tiver dor de garganta, dores no corpo, temperatura elevada, tosse, dores articulares e dificuldade respiratória, deve-se buscar o serviço de saúde de forma rápida, para que seja feito o diagnóstico e o tratamento". Crivellaro reforçou que a automedicação não deve ser feita. "Aquilo que é bom para mim não é bom para você. É importante saber qual é o medicamento correto", explica.

Desde o início da campanha nacional de vacinação da gripe, há um mês, o Paraná vacinou 2.076.336 milhões de pessoas, o correspondente a 70% do público-alvo. A meta recomendada pelo Ministério da Saúde é atingir 90%. Entre os índices da imunização por grupos de risco em Londrina, a cobertura está em 73,4% de profissionais da saúde e 51,05% de gestantes. As porcentagens da imunização em idosos e professores estão em 81,54% e 71,22% respectivamente.

Crivellaro considera que esses percentuais "estão bons, mas há municípios que estão melhores". Já para puérperas (mulheres que deram à luz até 45 dias) e crianças, a cobertura está em 58,16% e 46%. "A cobertura de puérperas mais baixa é a da regional de Londrina. A região também tem uma das menores coberturas vacinais de crianças do Estado", pontua. Quanto aos indígenas, a regional tem mais do que 100% de índios imunizados. Isso porque, eles são, em sua maioria, nômades. "O índio se locomove muito, então tínhamos a previsão de 1800 doses e aplicamos duas mil", explicou.

Ainda segundo Crivellaro, é importante se prevenir da gripe com os cuidados básicos: lavar bem as mãos e ficar em ambientes com razoável circulação de ar. "Ainda que em um período frio, é importante ter ambientes arejados. Pessoas com dificuldades respiratórias são mais comprometidas ainda", alega. "O uso do álcool em gel, ao tossir e espirrar não levar as mão à boca, mas sim a dobra do cotovelo", são alguns cuidados explicitados pelo enfermeiro sanitarista. "Além de tudo, não se deve perder a oportunidade de tomar a vacina", afirmou. A campanha termina em pouco mais de uma semana, no 1º dia de junho.
Isabela Fleischmann
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA


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