MP denuncia vereador e mais seis por desvio de verbas de Câmara de Vereadores de SJ da Serra.

Por causa da apuração, deflagrada no final de maio com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) de Londrina e Ponta Grossa para cumprimento de mandados de busca e apreensão, Rocha foi afastado da presidência do Legislativo local. Ele chegou a ser preso em flagrante por posse irregular de munições de armas de fogo. Ele e os dois sócios da empresa contábil contratada pela Câmara foram proibidos pela Justiça de acessar prédios públicos, além de outras medidas cautelares.

Como ocupava a função máxima na Casa, Gilmar Rocha tinha as senhas para movimentar a conta bancária do órgão. Segundo o promotor Danilo Leme, que fez a denúncia, o outro acesso era de responsabilidade do vereador Ivan Cordeiro, que, por morar em um distrito de São Jerônimo da Serra, teria repassado a permissão eletrônica aos contadores e Rocha. Os profissionais contratados pela Câmara foram incumbidos de dar legalidade aos desvios, ocultando assim detalhes da movimentações financeiras nos relatórios contábeis.

Conforme o MP, a dupla agiu em consenso com Gilmar Rocha para praticar as irregularidades, que teriam acontecido entre janeiro de 2017 e maio deste ano. Assim que a investigação foi iniciada, o presidente afastado da Câmara teria realizado reuniões com outros parlamentares para "cobrir os valores" desviados. A denúncia narra que a primeira transferência bancária indevida, orçada em R$ 230, foi usada para pagar a instalação de uma antena parabólica na casa de Rocha.

Outro fato foi a emissão de uma nota fiscal falsa que, em tese, comprovava a venda de um CPU e manutenção de uma impressora pertencente à Câmara de São Jerônimo da Serra. Os serviços de R$ 280, no entanto, não foram prestados. As situações se sucederam por pelo menos 17 vezes, totalizando um desvio de mais de R$ 59 mil dos cofres públicos. O Ministério Público constatou que o presidente da Câmara recebia o salário dobrado. Os contadores envolvidos no possível esquema agendavam o pagamento dos servidores e vereadores, mas não cancelavam a marcação prévia.

O promotor Danilo Leme atestou ainda mais desvios entre novembro do ano passado e maio de 2018. Segundo as investigações, Gilmar Rocha teria recebido quase R$ 8 mil da Câmara, mas este direcionamento contábil não era formalizado em notas de empenho ou qualquer outro documento que comprovasse a movimentação. Os sete denunciados não haviam constituído advogados.
Rafael Machado
Grupo Folha de Londrina



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