COMBUSTÍVEIS - Situação vai piorar se não mudar política de preços, alerta Tercilio

O deputado estadual Tercilio Turini alertou novamente que se governo federal e Petrobras não mudarem a política de preços dos combustíveis, atualmente submissa ao mercado internacional, o Brasil corre o risco de enfrentar problemas ainda maiores nos próximos meses. “O movimento dos caminhoneiros tem apoio popular porque os brasileiros não suportam mais os valores abusivos do diesel, da gasolina, do álcool, do gás de cozinha. A situação tende a piorar se não definirem medidas definitivas”, afirmou em pronunciamento na Assembleia Legislativa, na sessão desta tarde (dia 29).
Tercilio destacou que as refinarias da Petrobras operam com 30% de ociosidade, embora estejam estruturadas para refinar 100% do petróleo extraído no País. “O custo de produção é igual, com capacidade total ou parcial. Quer dizer, a empresa está gastando o mesmo que se refinasse todo o petróleo. O pior é que o Brasil exporta óleo cru e importa derivados, pagando muito mais caro por causa da cotação do dólar”, ressaltou.
“A política de preços parece querer diminuir a importância da Petrobras. A prática de importar derivados de petróleo refinado atende aos interesses do mercado internacional. A Petrobras tem o quinto maior parque de refino do mundo, o Brasil representa o oitavo maior potencial de consumo”, disse o deputado, citando que o governo já demonstrou intenção de vender quatro refinarias, inclusive a Repar de Araucária.
Tercilio Turini participou pela manhã de reunião com dirigentes sindicais dos petroleiros, que vão fazer paralisação de advertência com duração de 72 horas, de quarta a sexta-feira. A mobilização pretende também chamar atenção sobre as vendas de ativos da Petrobras. O presidente do Sindipetro no Paraná e Santa Catarina, Mario Dal Zot, disse que se o preço dos combustíveis não estivesse indexado ao mercado internacional, os valores nas bombas seriam a metade do que é hoje – independente da tributação.
“A dependência das cotações de mercado é um tiro no pé. Os Estados Unidos já são o maior exportador de derivados de petróleo para o Brasil. A nossa cadeia produtiva está sendo desestruturada”, afirmou o representante dos petroleiros. A reunião foi organizada pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia, presidida pelo deputado Tadeu Veneri. Também participaram os parlamentares Anibelli Neto, Evandro Araujo, Maurício Requião, Pericles de Melo e Rasca Rodrigues.

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